A Quinta de Vale de Flores nos anos 50 segundo Oliveira Mouta
“Pois sob a varanda alpendrada e senhorial do velho solar mugem agora as vacas de um estábulo a que dão luz dois buracos rasgados em baixo e à-toa em cuja parede abriram também um esgoto para as escorrências do gado. O edifício tornou-se casa de lavoura embora no conjunto pouco tenha perdido do seu aspecto primitivo.Situa-se a casa a
meia-encosta frente às extensas lezírias do Tejo e tudo aquilo são veigas fertílissimas até perder de vista. O morgadio devia ser enorme e lá foi sendo vendido bocado aqui, pedaço acolá, até resumir-se ao que hoje resta. O magestoso panorama que do local se enxerga é que não esquece a quem por lá passou. E a posição soberba da varanda do fidalgo, justifica o seu bom gosto de homem viajado e naturalmente culto na sua época. A padieira em arco do portão de acesso ao terreiro desapareceu há poucos anos ainda, e com ela a pedra de armas que um curioso levou consigo – sabe-se lá para onde!
Pelas indicações da filha do último morgado com quem falámos sabemos que o escudo era dos Barros e Melos tal como o que se encontra no túmulo a que a seguir aludiremos, pois foram Jorge de Barros e sua mulher os fundadores. No entanto parece ter existido outro escudo além deste. Na visita efectuada demos ainda com um fragmento da pedra onde se via uma estrela das armas dos Barros, talvez completas ou partindo com Vasconeclos”
Oliveira Mouta;Dos Barros e Vasconcelos; os solares de Santa Iria e das Barras Editora Livraria Tavares Martins, 1955 ( excerto da parte publicada no Boletim da Junta de Província da Estremadura data?)
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